Descrição
“OS POUCOS VERSOS
A noite supreendeu-o: corrigia poemas,
um poeta obscuro que recusou tréguas,
entregue à desilusão de um retrato.
Um estrangeiro num país em tosco,
uma confissão que não resgatou a mágoa,
invernos que conspiraram contra um rosto?
Um cansaço desarmado turvou o sangue,
abriu gretas, gravou rugas no silêncio
irresgatável de outra noite – traiu-o
sobriedade ou foi elegância? A expiação
da verdade roubou-lhe encanto? O que nem da madrugada, a suspeita de que possa ter riscado
os poucos versos que um deus lhe ditou.”
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