Descrição
As tecnologias consentem hoje, indubitavelmente, além de ler, ver e sentir uma notícia, mas não reproduzem um acontecimento real enquanto tal. O que depende do próprio mecanismo de construção da notícia que tem implicações sobretudo subjectivas e de poder. A informação mediática não descreve um facto, um acontecimento, mas cria-o, constrói-o, e os instrumentos técnicos utilizados não podem de modo algum colmatar a distância que separa a informação da realidade.
A estrutura do presente trabalho subdivide-se em três partes fundamentais que, ao mesmo tempo, levam a cabo um estudo em primeiro lugar de tipo tecnológico sobre a essência dos media e em segundo lugar sobre as modificações existenciais que as tecnologias da comunicação provocam sobre o sujeito ou sobre grupos de sujeitos, quer estes sejam comunidades locais, quer continentes inteiros.
A terceira parte é um esboço programático para uma possível via de saída das subversões súbitas da linguagem e da comunicação, através daquilo a que Guattari chama heterogénese. Esta parte do texto representa o meu desafio e o meu frente a frente com o leitor. Tentativa talvez vã, mas obrigatória, de desviar os olhos do tubo catódico virando-os para nós próprios e para o mundo circundante. Tentativa, também, de procurar reestruturar os hábitos mentais através de conceitos e práxis opostos, ou pelo menos outros, relativamente aos institucionais que os mass media veiculam.
Avaliações
Ainda não existem avaliações.