Formar Professores Reflexivos – Obstáculos e resistências

Descrição

Os debates sobre a formação dos professores desenvolvem-se à volta de questões decisivas: que relação devemos estabelecer entre formação e profissionalização do ofício? Quais são as competências necessárias ao exercício de uma profissão “que se aprende”? Quais são os saberes plurais constitutivos desse ofício complexo e, mais particularmente, quais são os contributos das investigações em ciências humanas e sociais em relação a esses saberes? Quais são a identidade e as competências dos formadores de professores? As universidades estarão em condições de formar os professores? Como aumentar a coerência dos planos de formação? E finalmente, que dispositivos de formação profissionalizante devem ser implementados?

Algumas destas questões foram abordadas em livros anteriores. A presente obra vai focalizar-se sobretudo num problema que foi surgindo ao longo dos anos: enquanto todas as formações de professores invocam o paradigma que visa formar profissionais reflexivos e insistem na reflexividade ao mesmo tempo como objetivo da formação e como procedimento de aprendizagem, os dispositivos que traduzem estas orientações esbarram no ceticismo, na inércia, ou mesmo na resistência de uma parte dos estudantes. Interrogar-nos-emos sobre as relações dos estudantes com a sua formação e especialmente com os dispositivos que visam desenvolver uma postura reflexiva Esta obra coletiva parte do princípio de que essa resistência deve ser tomada a sério, de que ela tem as suas razões.

Os autores admitem várias hipóteses que podem explicar os fenómenos de resistência da parte dos estudantes, dos estagiários, ou mesmo dos formadores, e procuram aprofundá-las.

Essas hipóteses abrem o caminho a diferentes tipos de ajustamentos que podem ser feitos nas práticas de formação de professores tanto no plano dos dispositivos como no das culturas dos formadores, para se poder ter melhor em conta as resistências dos estudantes ou estagiários, trabalhar sobre as “conversões” que estão por fazer, mas também para estender os benefícios dos contributos de uma formação reflexiva ao desenvolvimento profissional dos professores.